segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Exposição À Sombra do Futuro





À sombra do futuro

É parte do programa São Paulo Pólo de Arte Contemporânea da Fundação Bienal de São Paulo.
A expo é uma pesquisa sobre a incidência das expectativas do futuro sobre o presente no Brasil entre dois séculos.
A exposição, com curadoria de Deyson Gilbert, Roberto Winter e Luiza Proença, apresenta obras de 28 artistas brasileiros de distintas gerações, origens e que trabalham com diferentes mídias.
Os curadores propõem uma exposição de arte contemporânea internacional que visa estabelecer uma reflexão a respeito do modo como especulações, projetos e expectativas atuam influentemente tanto sobre o futuro quanto sobre o presente e o passado nos âmbitos econômicos, políticos, sociais e artísticos/culturais.
Não perdendo de vista o contexto no qual ocorre a exposição, a curadoria referencia o conto "Pierre Menard, autor de El Quixote", do escritor Argentino Jorge Luis Borges (ver abaixo), e do momento peculiar pelo qual passa o Brasil — dado, por exemplo, por sua inserção e crescimento no cenário político-econômico global, a descoberta e exploração do Pré-Sal e a expectativa para sediar os Jogos Olímpicos (2016) e a Copa do Mundo (2014). São exibidas diversas proposições artísticas que articulam de diferentes formas as três temporalidades citadas anteriormente.

Entre essas articulações pode-se destacar: a maneira em que, para justificar um certo futuro (desejado), reconfiguram-se entendimentos de passado; como os modos especulativos se sobrepõem a análises históricas ou de qualquer outra ordem que retardem a esperada chegada de um futuro supostamente promissor; como se intensificam (e em geral confundem-se) as relações entre objeto, projeto, imaginação, fantasia e ilusão; como continuamente emergem noções de identidade; e as (re)ativações de noções variadas de "modernidade" ou "modernidade" e associações/decorrências como "progresso".

Serão exibidas obras de Iran do Espírito Santo (Mococa-SP,1963), Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, 1946), Carlos Zílio (Rio de Janeiro, 1944), Jean Scheurer (Lausanne, Suiça, 1942), Stefan Brüggemann (Cidade do México, 1975), Marcius Galan (Indianópolis, EUA, 1972), Daré (Regente Feijó - SP,1969), Theo Craveiro (São Paulo, 1983), Cadu (São Paulo, 1977), André Komatsu (São Paulo, 1978), Regina Parra (São Paulo, 1981), Felipe Bittencourt (Cabo Frio - RJ, 1987), Traplev (Caçador - SC, 1977), Vitor Cesar (Fortaleza, 1978), Luciana Ohira & Sérgio Bonilha (São Paulo,1983 e 1976), Bruno Faria (Recife, 1981), Beto Shwafaty (São Paulo, 1977), Mónica Giraldo (Bogotá, Colombia, 1978), Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) , Tiago Alem Santinho (São Paulo, 1978), João Paulo Leite (São Paulo, 1975), Clara Ianni (São Paulo,1987), Deyson Gilbert (São José do Egito - PE, 1985), Guilherme Peters (São Paulo, 1987), Tiago Judas (São Paulo, 1978), Milton Machado (Rio de Janeiro,1947), Augusto de Campos (São Paulo, 1931) e Elaine Sturtevant (Lakewood, EUA, 1930).

Além das obras, serão exibidos documentos que contextualizam e expandem a integibilidade da exposição. É o caso da capa da revista "The Economist" de novembro de 2009, com a manchete "Brazil takes off" ["O Brasil decola"] e a chamada "Latin America's Big Success Story" ["A Grande História de Sucesso da América Latina"], na qual a estátua do Cristo Redentor aparece como um foguete. A mensagem dessa revista é evocada na revista TIME de 1967, na qual se vê uma imagem do então presidente Artur da Costa e Silva, responsável pelo governo mais opressor do regime ditatorial militar no país, colocada sobre uma representação estilizada das colunas do Palácio da Alvorada, projetadas por Oscar Niemeyer e ao lado a manchete "Will Latin America Become a Success?" ["Será que a América Latina se tornará um sucesso?"].

Performance de "Las Aventuras de Don Quijote - el elogio a utopia", de Mónica Giraldo.
Nos dias que antecedem o encerramento da mostra, haverá um espetáculo da atriz colombiana Mónica Giraldo intitulado Las aventuras del Quijote: el elogio a utopia. Trata-se de um espetáculo vivo cujo eixo central é a narração oral (de memória) de alguns capítulos do clássico da literatura espanhola "Dom Quixote de La mancha", escrita por Miguel de Cervantes em 1605. A atriz levou três anos preparando sistemática e continuamente essa ideia, tendo em conta que o romance foi escrito para ser lido em voz alta.

O espetáculo completo será apresentado em 2 dias consecutivos, dia 19/10, terça-feira, e 20/10, quarta-feira, às 20 horas. O espetáculo será em língua espanhola. Duração aproximada: 90 minutos. Local: Auditório do Instituto Cervantes, São Paulo. Capacidade: 100 lugares.


A curadoria se configura, portanto, em uma mostra multidisciplinar e reflexiva, acessível a todos os tipos de público. Para essa finalidade, contribui também o website criado para o projeto (http://asombradofuturo.org), que, além de mais informações sobre a exposição, imagens e textos sobre as obras expostas, traz também imagens de outras obras relacionadas, bem como vídeos e textos de referência, funcionando como fonte de documentação e pesquisa da exposição.


Exposição À Sombra do Futuro
De 16 de setembro a 23 de outubro
Av. Paulista, 2439 - Bela Vista - São Paulo/SP
Fone: 11 - 38979609

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